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Rio Grande do Sul - Cruz Alta - Brasil
Sidnei Schneider é poeta, tradutor e contista.
Publicou os livros "Andorinhas e outros enganos" (Dahmer, 2012, contos), "Quichiligangues"(Dahmer, 2008, poesia), "Plano de Navegação" (Dahmer, 1999, poesia) e "Versos Singelos/José Martí"(SBS, 1997, tradução).
Participa de "Poesia Sempre" (Biblioteca Nacional/MinC, 2001), "Antologia do Sul" (Assembléia Legislativa, 2001), "O Melhor da Festa"(Nova Roma, 2009; Casa Verde, 2010), "Moradas de Orfeu" (Letras Contemporâneas, Florianópolis, 2011) e de outras dez publicações.
1º lugar no Concurso de Contos Caio Fernando Abreu, UFRGS, 2003 e 1º lugar em poesia no Concurso Talentos, UFSM, 1995, de um total de treze premiações.
Participa do projeto ArteSesc e é membro da Associação Gaúcha de Escritores.
POESIA SEMPRE. Minas Gerais. Número 14. Ano 9 Editor Geral: Marco Lucchesi. Rio de Janeiro: MINISTÉRIO DA CULTURA / Fundação BIBLIOTECA NACIONAL, 2001. 242 ISSN 0104-0626
Ex. biblioteca de Antonio Miranda
De como lidar com rio
Represar um rio é impossível
O rio insulta a barragem.
Se sustém uma folha calma do lago,
amplia suas pernas de Heráclito.
Veloz, recortará efígies das escarpas,
e nas curvas fará ondas de mar.
Mas se segue da nascente à foz,
na outra margem é que está a flor.
Não é pisando em peixes
que conseguiremos atravessá-lo.
Largo, pinguela nele não cabe,
ponte não nos dará conhecê-lo.
Não seria sábio auscultar
o diário vaivém dos pássaros?
Com os braços dar forma
ao nosso sonho de asas?
De dentro domá-lo para sempre
com um simples remo?
***
O tempo passa,
Encobre tudo.
Saibamos, quase
Maliciosos,
Despertar o pó,
Seguir em frente.
Sim, vale a pena,
Qualquer gesto,
Para que finde
A dominação
Que nossos filhos
Devora ainda.
Colhendo flores
E mil intrigas,
Nosso concurso
Vence o feroz
Deus econômico,
Altera o mundo.
Nosso destino
É um coral,
Não uma voz
Desiludida,
Pois se é boa
Invalida-se.
O nosso povo
É o nosso sol.
Sua esperança
É nosso guia;
A humanidade,
Nossa alegria.
Tranqüilos vamos
A te mudar,
Mundo inóspito,
Com a certeza
Que o bem maior
É ter nascido.
*
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Página publicada em maio de 2024
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